Você está preparado para morrer por falta de diagnóstico? Essa sempre foi uma pergunta real e relevante. Mas e morrer por excesso de diagnósticos? Essa é a nova ameaça silenciosa que começa a emergir no cenário da saúde moderna.
Com a explosão das inteligências artificiais (IAs) no campo médico, estamos entrando numa era de hiperdiagnóstico, ou seja, mais doenças identificadas, mais laudos, mais sinais de alerta.
Esse volume crescente de diagnósticos está colidindo com um sistema de saúde hipoassistencial, ou seja, incapaz de absorver, tratar e acompanhar todos esses novos pacientes. Estamos diagnosticando mais, mas cuidando menos. E isso pode custar vidas.
Segundo relatório do Future Health Index 2023 (Philips), 61% dos profissionais de saúde já utilizam IA para auxiliar em diagnósticos. Nos EUA, um estudo publicado no JAMA mostrou que a IA pode aumentar a taxa de detecção de algumas condições em até 20%,porém há um preço: aumento de diagnósticos irrelevantes ou prematuros.
Na área de radiologia, ferramentas de IA estão identificando nódulos e alterações mínimas que antes passariam despercebidas, mas que, muitas vezes, não exigem intervenção imediata. O resultado? Ansiedade, exames repetidos, sobrecarga no sistema e uso excessivo de recursos.
Estamos produzindo diagnósticos em escala industrial, mas os sistemas de saúde continuam com a mesma infraestrutura limitada. Cerca de 70% dos novos diagnósticos não recebem tratamento imediato, segundo levantamento da Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp).Ou seja, os diagnósticos estão chegando antes do próprio cuidado e isso pode causar consequências graves, desde a medicalização desnecessária até a negligência de casos mais críticos.
Para quem empreende na área da saúde, entender essa transição é fundamental. A inflação diagnóstica não é apenas um problema, é também uma janela de oportunidades.
Com uma boa Gestão de fluxos inteligente empresas que conseguirem criar soluções para filtrar, priorizar e direcionar pacientes diagnosticados por IA terão enorme vantagem competitiva. Plataformas de triagem digital e atendimento personalizado podem virar o novo ouro. A integração interdisciplinar é muito importante, também, diante de tantos diagnósticos simultâneos, clínicas integradas, healthtechs e startups promovem cuidado contínuo que podem ser vitais.
Sem falar sobre a própria educação em saúde, com um mercado promissor na educação do paciente e do profissional, ensinando a interpretação de diagnósticos, reduzindo o medo desnecessário e evitando os tratamentos excessivos.
A inflação diagnóstica é real e inevitável. Mas cabe aos líderes e empreendedores da saúde decidirem se ela será um problema ou uma alavanca para inovação. Investir em soluções que transformem diagnósticos em cuidado efetivo, criar conexões humanas dentro de sistemas digitais e reposicionar o papel do profissional de saúde são as chaves para enfrentar esse novo cenário.
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