Nos últimos meses centros de saúde estiveram lotados, médicos foram recrutados para setores de urgência e seus colegas de profissão se tornaram pacientes. Em todo o mundo, profissionais de saúde estão lutando contra um inimigo que já matou mais de 300 mil pessoas, mas poucos pensam sobre o vilão oculto nessa guerra.
Como qualquer outra situação parecida na história, a luta contra o COVID-19 resultará e já tem um impacto forte na mente de muitos dos que sobrevivem. Um estudo de 22 de abril do Asian Journal of Psychiatry indica o que está por vir: em pesquisas realizadas em 20 hospitais de Wuhan, descobriu-se sintomas de depressão em 50,4% dos profissionais de saúde, ansiedade em 44,6% e 34% apresentaram insônia.
Muitos médicos e enfermeiros se sentem mais dedicados à sua profissão por participar da linha de frente da recuperação do novo Coronavírus, mas em muitos outros moram sentimentos mais profundos. O medo de se tornar um vetor de transmissão para suas famílias, horas de trabalho em níveis elevados de estresse, e sentimentos de incapacidade são apenas algumas das principais frustrações de pessoas que estão dando seu melhor para salvar vidas.
Procurar formas de auxiliar na saúde mental dos médicos pode ser um componente fundamental na luta contra a COVID-19, como apontam evidências do surto de SARS em 2003, quando trabalhadores de saúde reportaram esgotamento crônico que levou alguns a deixar a profissão ou desenvolver condições de saúde mental.
Para uma plenitude mental, além de acompanhamento psicológico e psiquiátrico profissional, profissionais de saúde e trabalhadores não essenciais podem seguir alguns passos simples e criar o hábito de cuidar de si.
- Mantenha-se informado. Ouça os conselhos e recomendações de organizações de saúde mundiais, e siga canais de notícias confiáveis, como TV e rádio locais e nacionais.
- Crie uma rotina, mesmo em casa. Acompanhe as rotinas diárias tanto quanto possível, ou faça novas.
- Levantar-se e ir dormir em horas semelhantes todos os dias, prevenindo desordens de sono. Se estiver na linha de frente, tente descansar sempre que possível, respeite o seu corpo e suas limitações.
- Comer refeições saudáveis.
- Exercitar-se regularmente, utilizando de vídeos, aplicativos e objetos de casa. Para quem atua na linha de frente, alongue-se com frequência. Alongamentos aumentam ou mantêm a flexibilidade dos músculos e ajudam a eliminar a tensão.
- Atribuir tempo de trabalho e tempo de descanso, separadamente e sempre que possível.
- Minimize o consumo compulsório de notícias. Reduzir o quanto você vê, lê ou ouve notícias diminuem a sensação de ansiedade ou angústia. Procure as informações mais recentes com intervalos saudáveis.
- contato social é importante então ligue ou faça video chamadas. Se estiver na linha de frente, principalmente, separe um tempo para falar com pessoas que você ama por telefone e canais online. A presença, mesmo que online já ajuda a matar um pouco dessa saudade.
- Evite o uso de álcool ou medicações como forma de lidar com medo, ansiedade, tédio e isolamento social.
- Esteja ciente de quanto tempo você passa na frente de uma tela todos os dias. Certifique-se de fazer intervalos regulares das atividades online.
- Se puder, ofereça apoio a pessoas em sua comunidade que podem precisar dele, tais como ajudá-los com compras de alimentos.