A Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) traz dados alarmantes em relação ao consumo de narguilés. De acordo com o levantamento, divulgado nesta terça-feira (29) pelo Ministério da Saúde, o fumo através do artefato pode provocar câncer de pulmão, boca e bexiga, além de estreitamento das artérias e doenças respiratórias.
No Brasil, em 2015, 212 mil brasileiros usaram o narguilé. O equipamento chega a durar em média de 20 a 80 minutos e é usado essencialmente por jovens entre 18 e 29 anos (ao todo, 63% do público consumidor). Segundo estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS), uma hora de uso do narguilé pode equivaler a tragar cem cigarros.
Ao tabaco é acrescido aromatizantes durante o uso do narguilé; a fumaça passa por um filtro de água antes de ser aspirada por uma mangueira. Entretanto, de acordo com o Ministério da Saúde, isso não reduz os efeitos nocivos da substância, uma vez que apenas 5% da nicotina é absorvida pela água durante o processo. Como consequência, o uso pode desencadear doenças cardíacas, respiratórias e causa dependência.
Somado a esta problemática, há também o fato de o cachimbo ser compartilhado, muitas das vezes, entre várias pessoas. Se o bucal é assim utilizado, coletivamente, aumenta-se o risco da transmissão de doenças como herpes, hepatite C e tuberculose. Depois de uma sessão de 45 minutos de narguilé, a concentração de nicotina, monóxido de carbono e os batimentos cardíacos aumentam consideravelmente.
Tais fatores podem levar à redução de oxigenação do cérebro e também ao câncer de pulmão, que é o tipo mais letal no Brasil. Em 2015, a enfermidade atingiu 27 mil novos brasileiros.